STF

Cármen Lúcia brinca com Dino: Nós, mulheres, ficamos dois mil anos caladas

A sessão foi retomada às 14h27 pelo presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, que deu início à leitura do voto da colega

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O voto da ministra Cármen Lúcia pode consolidar, nesta quinta-feira (11/9), a maioria pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão foi retomada às 14h27 pelo presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, que deu início à leitura do voto da colega.

Logo na abertura, Cármen Lúcia destacou a dimensão histórica do processo. “Toda ação penal impõe um julgamento justo, e aqui não é diferente. O que há de inédito, talvez, nesta ação penal, é que nela pulsa o Brasil que dói. A presente ação penal é quase um encontro do Brasil com seu passado, com seu presente e com seu futuro”, afirmou.

Durante a leitura, a ministra foi interrompida pelo ministro Flávio Dino, que pediu a palavra depois de Cármem Lúcia citar Victor Hugo. Com bom humor, ela autorizou, mas não sem antes provocar: “Nós, mulheres, ficamos dois mil anos caladas, nós queremos ter o direito de falar. Mas eu concedo, como sempre, está no regimento do Supremo, o debate faz parte dos julgamentos, tenho o maior gosto em ouvir. Eu sou da prosa.”

Dino agradeceu a “gentileza” e lembrou de uma brincadeira feita por Gilmar Mendes sobre a brevidade de seu voto anterior. “Ele disse que foi tão curto, e eu respondi que era porque uso uma técnica chamada banco de horas: faço voto curto para fazer muita parte.” Ao que Cármen Lúcia replicou: “Mas não vai descontar tudo no meu, não é?” Dino devolveu: “Não, não, ainda tem o do Zanin. E eu prometo ser muito breve.” A ministra, rindo, completou: “Ah, é, o do ministro Zanin é bom, é um bom voto para se cortar. Porque aí não vai ter nem a aplicação da Lei Maria da Penha. Mas com todo gosto. Apesar de todas essas ameaças. [...] E eu escrevi 396 páginas, presidente, mas eu não vou ler, eu vou ler um resumo, não se preocupem. Então eu tenho muito gosto.”

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A troca de gracejos ocorreu dois dias depois de Luiz Fux reclamar das interrupções de Dino durante o voto do relator Alexandre de Moraes. Na ocasião, Fux pediu que não fosse interrompido em sua manifestação, que acabou durando quase 13 horas. Dino respondeu com ironia: “pode dormir tranquilo”.

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