Julgamento de Bolsonaro: veja os mineiros que Cármen Lúcia citou
Cármen Lúcia, mineira da gema, citou Afonso Borges, Affonso Romano de Sant'anna, Heloisa Starling e Newton Bignotto
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Siga noAo longo do seu voto nesta quinta-feira (11/9), a ministra Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, nascida em Montes Claros, fez uma série de referências e citações, principalmente a figuras mineiras. Com o voto dela, a Primeira Turma da Suprema Corte formou maioria para condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e os outros sete acusados de integrarem o "Núcleo Crucial" da trama golpista.
Ainda no início da sua fala, a ministra recitou um trecho do poema "Que país é este?", do poeta belo-horizontino Affonso Romano de Sant'Anna, que faleceu em março deste ano aos 87 anos.
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"Uma coisa é um país, outra um fingimento. Uma coisa é um país, outra um monumento. Uma coisa é um país, outra o aviltamento (...) Este é o país do descontínuo, onde nada congemina", mencionou a ministra.
A referência veio de uma conversa com o jornalista e gestor cultural, Afonso Borges, um dos principais nomes fundadores de festivais literários do Brasil.
Já mais à frente, Cármen Lúcia mencionou a obra "A Máquina do Golpe", da historiadora mineira Heloisa Starling, que já venceu o prêmio Jabuti e é uma das referências nos estudos sobre a ditadura cívico-militar no Brasil, citando o trecho:
“Golpes eclodem em uma dinâmica de crise onde se beneficiam seu protagonistas, capazes de entender que estão diante de uma circunstância institucional com potencial disrupitivo”.
O último mineiro mencionado pela ministra foi o pesquisador e professor Newton Bignotto, que, em sua obra "Golpe de Estado: História de uma Ideia", afirma que "se uma das condições para o sucesso de uma conspiração é manutenção do segredo das tratativas, do lado dos que as combatem, desvelar a trama dos conspiradores para o grande público é ao mesmo tempo um passo essencial e cheio de riscos”.
As menções a estes mineiros ajudaram a embasar o voto da jurista pela condenação dos oito réus por tentativa de golpe de Estado.
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Ela ainda chegou a citar um diálogo do livro "A História de um Crime", do escritor francês Victor Hugo, em que um agente sugere uma tentativa de golpe de Estado a outro personagem, alegando que seria um "golpe de Estado do bem".