O poder das vozes femininas vai ressoar por toda Lagoa Santa
Casa na Orla inaugura neste sábado (13/9) a Estação Primavera, um evento multicultural que fará o lançamento do coletivo 'Mulheres Que Têm Voz'
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Siga noEm um mundo onde as vozes femininas buscam mais espaço e ressonância artística, surge em Lagoa Santa, Minas Gerais, um movimento que celebra a força criativa das mulheres através da música e da poesia. Liderado pela experiente artista Bel Macedo, o coletivo "Mulheres Que Têm Voz" emerge como um farol de empoderamento, reunindo compositoras inéditas que transformam experiências pessoais em canções que ecoam histórias de resiliência, amor e luta.
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Neste sábado, 13 de setembro, às 16h, na Casa da Orla – um espaço conhecido por acolher talentos locais com carinho e dedicação –, o coletivo fará sua estreia oficial, abrindo a Estação Primavera com um espetáculo que promete emocionar e inspirar o público.
O nome do coletivo – "Mulheres Que Têm Voz" – não é mero acaso. Ele reflete uma missão maior: combater o silenciamento histórico das mulheres na arte e na sociedade. Em Lagoa Santa, uma cidade em crescimento cultural, o grupo se posiciona como um agente de mudança, incentivando outras mulheres a expressarem suas verdades sem medo. "Nossas vozes não são apenas sons; são histórias que precisam ser ouvidas", afirma Bel, destacando como o coletivo promove workshops e sessões de criação no Estúdio CurArTe, abrindo portas para novas participantes.
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A estreia na Casa da Orla
A estreia do coletivo será justamente na Casa da Orla – um local que se orgulha de ser um refúgio para artistas locais. O evento marca a abertura da Estação Primavera, simbolizando renascimento e florescimento, temas que ressoam perfeitamente com a essência do grupo. O público pode esperar um espetáculo interativo, com canções inéditas, poesias declamadas e narrativas que entrelaçam as vidas das integrantes. Músicas como as compostas por Bel e Can, que tanto encantaram em "Donas Da Voz", serão apresentadas ao lado das criações das novas membros, criando um mosaico sonoro que celebra a diversidade feminina.
A Casa da Orla, com sua atmosfera acolhedora à beira da lagoa, é o cenário ideal para essa estreia. O espaço, que prioriza talentos da cidade, já hospedou diversos eventos culturais, mas este promete ser especial por seu foco no empoderamento feminino. Ingressos estão disponíveis nas redes sociais do coletivo, e a expectativa é de casa cheia, com o público de Lagoa Santa e regiões vizinhas ansioso por testemunhar esse momento histórico.
Vozes que inspiram
O coletivo "Mulheres Que Têm Voz" vai além de um grupo musical; ele representa o poder inerente às vozes femininas de Lagoa Santa e de todo o Brasil. Em um contexto onde as mulheres ainda enfrentam desigualdades no mercado artístico – com menos visibilidade e oportunidades –, iniciativas como essa provam que a colaboração pode quebrar barreiras. Bel Macedo, com sua vasta experiência, serve como mentora, guiando as integrantes não apenas na técnica vocal, mas também na confiança para ocuparem espaços que lhes são devidos.
Essas vozes não cantam apenas por entretenimento; elas cantam por cura, por representação e por mudança. Elas ecoam as lutas de gerações passadas e pavimentam o caminho para as futuras, mostrando que, quando mulheres se unem, suas vozes se tornam inabaláveis. À medida que o coletivo cresce, planos para gravações, turnês e parcerias com outros artistas já estão no horizonte, prometendo levar o som de Lagoa Santa para além das fronteiras mineiras.
Em resumo, o "Mulheres Que Têm Voz" é um lembrete vivo de que a arte feminina não é periférica – ela é central, vital e transformadora. Neste sábado, na Casa da Orla, Lagoa Santa testemunhará o florescimento de vozes que, há muito tempo, merecem ser ouvidas em alto e bom som. Que essa estreia seja o início de uma primavera eterna para essas mulheres extraordinárias.
Bel Macedo
A história de Bel Macedo é um testemunho vivo do poder da persistência e da paixão pela arte. Nascida e criada em Belo Horizonte, sua jornada artística começou nos anos 1980, imersa nos grupos de teatro de criação coletiva da capital mineira. Esses espaços experimentais, onde a colaboração era o cerne da produção, moldaram sua visão de arte como um processo democrático e inclusivo. Logo, Bel migrou para o Rio de Janeiro, uma cidade efervescente de oportunidades culturais, onde passou impressionantes 35 anos construindo uma carreira multifacetada.
No Rio, Bel se destacou como atriz, cantora, autora e compositora, participando de mais de 40 produções artísticas. Seus trabalhos incluíram shows e musicais dirigidos por nomes renomados da cena brasileira, como Buza Ferraz, Antônio Grassi e Tim Rescala. Teatros icônicos como o Villa Lobos, Ipanema e Gláucio Gil foram palcos para suas performances, onde ela não apenas interpretava, mas também criava roteiros e melodias que capturavam a essência da vida urbana e das emoções humanas.
Sua versatilidade a levou a preparar vozes para o cinema e a televisão, trabalhando com atores como Malu Mader, Eri Johnson e Thierry Figueira, entre muitos outros. Essas experiências não só aprimoraram sua técnica vocal, mas também a tornaram uma mentora respeitada, capaz de extrair o melhor de cada artista.
Bel Macedo sempre viu a voz como um instrumento de expressão profunda, capaz de transmitir não apenas notas musicais, mas também narrativas pessoais e coletivas. "A voz é o eco da alma", ela costuma dizer em entrevistas, enfatizando como o canto pode ser uma ferramenta de cura e empoderamento, especialmente para mulheres que historicamente foram silenciadas em diversos contextos sociais.
Mudança para Lagoa Santa
Em 2020, após décadas no agitado Rio de Janeiro, Bel Macedo decidiu retornar às raízes mineiras, fixando residência em Lagoa Santa. A cidade, conhecida por suas belezas naturais e pela proximidade com o Aeroporto Internacional de Confins, ofereceu a ela um ambiente mais sereno para explorar novas formas de expressão artística. Rapidamente, Bel se integrou à cena local, apresentando-se com sua banda em espaços icônicos como a Casa Crioula, Giro Prime Food, Santa Lagoinha e o Casarão. Essas performances não eram meros shows; eram celebrações da música brasileira, misturando ritmos tradicionais com composições originais que tocavam o coração do público lagoassantense.
Junto com sua companheira e parceira musical, Can Matheus, Bel construiu o "Estúdio CurArTe", localizado no charmoso bairro Lapinha. Esse espaço se tornou um hub criativo, onde a arte é vista como uma forma de cura – daí o nome, que brinca com as palavras "curar" e "arte". No estúdio, as duas experimentam sons, compõem e gravam, criando um ambiente acolhedor para artistas emergentes. Foi ali que as sementes do coletivo "Mulheres Que Têm Voz" começaram a germinar.
No início de 2025, Bel e Can montaram o espetáculo "Donas Da Voz", apresentado no Teatro do Hotel CEP Lago. O show contava histórias incríveis de compositoras brasileiras, intercaladas com canções que homenageiam a força feminina na música nacional. O público reagiu com entusiasmo caloroso, especialmente às músicas inéditas compostas pela dupla. "Foi um momento mágico", recorda Bel. "As pessoas se conectam profundamente com as letras, que falam de experiências reais, de dores e vitórias que muitas mulheres compartilham. Esse sucesso imediato inspirou as duas a expandir o projeto, criando um coletivo dedicado a compositoras inéditas – mulheres cujas vozes ainda não haviam encontrado um palco amplo o suficiente", comenta
O nascimento do coletivo
Motivadas pelo impacto de "Donas da Voz", Bel e Can publicaram uma chamada aberta nas redes sociais, convidando compositoras locais a enviarem suas criações inéditas. A resposta foi imediata e empolgante: Carla Emanuelle, Rose Carvalho, Zaida Anaconda e Pollyanna aceitaram o convite, compartilhando composições e poesias que transbordavam originalidade e emoção. Assim nasceu o coletivo "Mulheres Que Têm Voz", um grupo unido pelo desejo de amplificar narrativas femininas através da música.
Cada integrante traz uma bagagem única ao coletivo. Carla Emanuelle, com sua sensibilidade poética, explora temas de identidade e pertencimento em letras que misturam o lirismo com o cotidiano. Rose Carvalho, conhecida por sua voz potente, compõe canções que dialogam com as raízes afro-brasileiras, celebrando a ancestralidade e a resistência.
Zaida Anaconda, com um pseudônimo que evoca força e mistério, traz influências experimentais, fundindo ritmos indígenas com elementos contemporâneos. Pollyanna, por sua vez, foca em melodias intimistas que retratam o amor e a vulnerabilidade feminina. Juntas, sob a orientação de Bel Macedo e Can Matheus, essas mulheres transformam suas experiências individuais em um coro coletivo, provando que a união amplifica o poder de cada voz.
A entrada é gratuita. Os ingressos podem se adquiridos na plataforma Sympla
Mulheres que Têm Voz
Casa da Orla - Avenida Getúlio Vargas, 1732, Bairro Joana d'Arc - Lagoa Santa
Horário: 16h
Instagram: @casadaorlamg