BOLSONARO CONDENADO

Relembre como eram as celas onde Collor, Temer e Lula ficaram presos

Bolsonaro é o 10º presidente do Brasil a ser preso, o quarto desde a redemocratização

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SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou nesta quinta-feira (11) Jair Bolsonaro (PL), 70, a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, sob acusação de liderar uma trama para permanecer no poder.

Ele é o décimo presidente do Brasil a ser preso, o quarto desde a redemocratização. Também integram a lista Lula (PT), Michel Temer (MDB) e Fernando Collor.

 


Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de julho, imposta pelo ministro do Alexandre de Moraes. A decisão foi motivada por Bolsonaro ter falado com aliados, pelo celular, durante manifestações no dia anterior. O ato foi entendido pelo magistrado como violação de medidas cautelares às quais Bolsonaro estava submetido.

A defesa de Bolsonaro afirmou após a condenação desta quinta que as penas fixadas pelo tribunal "são absurdamente excessivas e desproporcionais" e que vai recorrer, "inclusive no âmbito internacional".

Os advogados tentar a manutenção da prisão domiciliar, alegando questão de saúde. Além de idade avançada, Bolsonaro sofre sequelas do atentado a faca que sofreu na campanha de 2018. A definição da prisão caberá a Moraes. Os cenários cogitados são celas especiais no presídio da Papuda ou na Polícia Federal. Uma cela em quartel militar é a opção mais remota.

Veja a seguir como foram as condições de prisão de outros ex-presidentes:

 Lula

  • Lula foi preso após condenações no caso do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia, sob acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. Antes de ser detido, ficou alojado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e se entregou após dois dias no local;
  • Ficou 580 dias em uma sala adaptada de 15 m² no quarto andar da superintendência da PF em Curitiba. Foi solto em novembro de 2019, quando o STF derrubou a prisão em segunda instância;
  • O espaço, antes usado por policiais em viagem, não tinha grades e contava com banheiro próprio, armário, mesa com quatro cadeiras, esteira ergométrica e televisão com canais abertos e entrada USB;
  • O ex-presidente acordava cedo, antes das 7h, e tinha direito a banho de sol três vezes por semana em um espaço de 40 m² que havia sido fumódromo. Mantinha rotina de exercícios diários com esteira e elásticos;
  • Durante a semana, conversava por cerca de uma hora com advogados todas as manhãs e tardes, recebia familiares às quintas-feiras e dois amigos, geralmente políticos, pela manhã;
  • A cela funcionava também como escritório político: advogados com procuração levavam pen drives com reuniões do PT e outros materiais, que Lula assistia na televisão. O petista também foi autorizado a comparecer ao funeral do neto Arthur, em 2019.

Michel Temer

  • Temer foi preso pela primeira vez em março de 2019, 79 dias após deixar a Presidência, por ordem do juiz Marcelo Bretas, no âmbito da Lava Jato do Rio de Janeiro. Foi acusado de chefiar organização criminosa e receber propina;
  • Inicialmente levado à Superintendência da PF no RJ, ficou quatro dias custodiado até obter habeas corpus. Ele ficou preso em uma sala que era usada pelo corregedor da corporação, com banheiro privativo, janela e ar-condicionado. Tinha ainda uma cama de solteiro, sofá, mesa de reunião, frigobar e TV;
  • Dois meses depois voltou a ser detido. Dessa vez, passou alguns dias em uma sala improvisada na sede da PF em São Paulo. Ficou em um espaço adaptado para custódia temporária, com cama simples e banheiro, sem grades, e com alimentação provida por sua equipe;
  • Ele passou a primeira noite em uma sala sem banheiro, no nono andar, e no outro dia se mudou para outro espaço, com banheiro e frigobar. Em ambos os casos ficou sem contato com os outros presos;
  • Depois, foi transferido para o Comando de Policiamento de Choque da PM, que tem sala de Estado-maior, uma cela especial para autoridades;
  • No dia 15 de maio, Temer foi autorizado a deixar a prisão e a voltar para casa. Conseguiu habeas corpus e não chegou a ser sentenciado nos processos.

 Fernando Collor

  • Collor foi condenado pelo STF em maio de 2023 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em esquema na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras. A pena foi fixada na ocasião em oito anos e dez meses de reclusão. Em abril de 2025, ele foi preso também por decisão de Moraes;
  • Foi inicialmente levado ao presídio Baldomero Cavalcanti, em Maceió, onde ocupou uma sala de diretor desocupada e adaptada para recebê-lo. O espaço era maior que as celas comuns, tinha ar-condicionado e banheiro e ficava no corredor administrativo, acessado por duas portas sobrepostas, uma de ferro e outra de madeira;
  • Segundo uma pessoa que teve acesso ao ex-presidente na prisão, ele ficou abatido e contava com um aparelho ao lado da cama comumente utilizado como parte do tratamento de apneia do sono;
  • Ele ficou isolado, com banho de sol diário e alimentação comum da unidade. Poucos dias depois, obteve progressão para o regime domiciliar;
  • Desde 1º de maio, Collor cumpre pena em uma cobertura de 600 m² à beira-mar avaliada em R$ 9 milhões, no bairro Jatiúca, em Maceió;
  • O ex-presidente vive com tornozeleira eletrônica, passaporte suspenso e restrição de saídas, permitidas apenas por motivos de saúde;
  • Pode receber familiares, médicos e advogados, e outras visitas dependem de autorização do STF. Vizinhos relatam discrição e pouco movimento no prédio, com persianas sempre fechadas e poucas luzes acesas.

 Prisão domiciliar de Bolsonaro

  • Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o início de agosto, em sua casa no Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, área nobre da capital federal. É a segunda residência da família no mesmo local desde que o ex-presidente voltou a morar em Brasília;
  • O condomínio, inaugurado em 1992, tem três blocos de casas em terrenos de cerca de 800 m² cada. Há controle de entrada e rondas periódicas feitas por vigilantes, fator que pesou na escolha dos Bolsonaro em detrimento de imóveis no Lago Sul, bairro que concentra residências mais caras e de autoridades;
  • As casas variam de porte e preço, com valores anunciados entre R$ 1,5 milhão e R$ 5,5 milhões, e aluguéis que podem chegar a R$ 30 mil. A taxa de condomínio é de R$ 800. A residência do ex-presidente tem dois andares, jardim, churrasqueira e piscina;
  • Desde que passou ao regime domiciliar, Bolsonaro recebeu parentes e aliados. Segundo relatos, demonstrou contrariedade com a situação política, alternando momentos de abatimento e irritação, além de apresentar crises de soluço.

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