HOMICÍDIO

BH: homem é condenado a 15 anos de prisão por matar namorada trans

O crime aconteceu em abril de 2024. A sentença levou em consideração o agravante da violência contra a mulher para estipular o tempo da pena

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A Justiça condenou Lucas Gabriel de Aguiar Mendes a 15 anos, sete meses e 15 dias de prisão por matar a facadas Nik Ribeiro, sua então namorada, em Belo Horizonte. O réu foi julgado pelo 1º Tribunal do Júri da Comarca da Capital, durante a manhã desta quarta-feira (10/9).

A denúncia aponta que o crime foi impulsionado por motivo fútil, citando a desproporcionalidade entre a discussão do casal com a ação homicida levada pelo réu. Na sentença, o juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha, do 1º Tribunal do Júri de BH, considerou o fato de o réu ser confesso e menor de 21 anos, mas destacou o agravante da violência contra a mulher trans ao fixar o tempo da pena.

O acusado foi preso em agosto de 2024. O réu e testemunhas de acusação e defesa foram ouvidos durante uma audiência - ocasião em que a defesa de Lucas pediu sua absolvição, sob a justificativa de o crime ter sido cometido em legítima defesa.


O assassinato aconteceu em abril de 2024, na residência da mulher trans, no Bairro Caiçaras, na Região Noroeste da capital mineira. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os dois mantinham um relacionamento afetivo e, na data do homicídio, iniciaram uma discussão sobre o futuro da vida do casal. Em um determinado momento, Lucas teria pegado uma faca e golpeado a namorada. A jovem foi encontrada esfaqueada dentro do banheiro do imóvel.

Nik era natural de Campo Belo, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, e estava na capital mineira cursando faculdade de odontologia. As investigações apontaram que ela e o suspeito se conheceram nas redondezas da casa dela e, depois de um tempo, iniciaram o relacionamento.

Ainda segundo a denúncia do MPMG, Lucas teria contado sobre o crime “de maneira irônica e debochada” para pessoas que moravam com ele. Ele ainda detalhou o homicídio, afirmando que Nik teria dito “por que você fez isso? Eu te amava, só queria que você mudasse”, depois de levar o primeiro golpe.

Três testemunhas foram ouvidas no plenário do Tribunal do Júri. A mãe da vítima descreveu que a filha era “da paz e tinha aura de anjo.” Ela também declarou que o réu mentiu o nome quando o conheceu pela primeira vez e admitiu saber das dificuldades que Nik havia enfrentado no relacionamento amoroso com o acusado. 

Diante do juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha, a mãe relatou que, na última conversa com a filha, a jovem afirmou que iria se separar do namorado. Ainda segundo a testemunha, a vítima disse “de forma supertranquila” que o relacionamento com Lucas tinha chegado ao fim. No mesmo dia, ela foi encontrada morta em casa.

Durante o interrogatório, o acusado respondeu perguntas formuladas por sua defesa e confessou o crime.

Dinâmica do crime

No dia do crime, a estudante recebeu a visita de alguns adolescentes que moram em um abrigo a menores de idade da capital para uma confraternização. O grupo era amigo de Lucas e viveu com ele por um tempo, antes que o jovem completasse 18 anos.

Os adolescentes saíram da casa, e Nik foi ao banheiro. Nesse momento, por volta das 17h, vizinhos ouviram uma discussão. Cerca de uma hora depois, os adolescentes retornaram à residência da vítima, encontrando-a já sem vida. Conforme a perícia, ela foi alvo de sete facadas.

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Testemunhas relataram à polícia ter visto, no dia do crime, o suspeito com um comportamento agitado e portando duas facas. Segundo o delegado Lucas Nunes, as provas apontam que o suspeito se irritou com a namorada durante uma discussão sobre o relacionamento e desferiu os golpes. “As testemunhas também indicaram o comportamento violento do suspeito, juntamente com ameaças prévias contra moradores do abrigo e sua tentativa de fugir do bairro após o crime”, contou.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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