OFICINA DE FOTOGRAFIA

Moradores transformam em arte sua vivência nos bairros de BH

O programa, realizado em centros culturais da capital mineira, ensina como utilizar o celular como uma ótima ferramenta para registros fotográficos

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Moradores de Belo Horizonte aprimoram suas habilidades de fotografia e revelam, através da arte, seus olhares sobre os bairros que habitam. Essa é a proposta do programa “Foto & Tal: Oficina de Narrativa Fotográfica”, que oferece uma formação gratuita para o uso artístico e profissional da imagem a partir do celular. 

O Centro Cultural Padre Eustáquio, na Região Noroeste da capital mineira, recebe até o fim de setembro a exposição coletiva “Que história meu bairro conta?”, reunindo as fotografias de moradores de diversos bairros do município. Os alunos, que tinham a faixa etária entre 19 e 65 anos, passaram por oito aulas teóricas antes de ir à campo e contar suas histórias. 

Essa foi a terceira oficina, realizada com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, por meio do Edital Multilinguagens - Fundo Municipal de Cultura/2024. Em setembro foi aberta a quarta turma, que está preparando a última exposição do ano. 

“Ao longo das aulas, os alunos vão receber todo o conteúdo teórico relacionado à fotografia com o telefone celular e vão a campo. Quando eles vão para seus bairros, olham para o seu entorno e fazem esses registros. A gente coloca a história, a narrativa do território, vincula o território com a identidade das pessoas e promove, ao final da oficina, essa exposição, com a atividade prática de cada aluno e aluna”, conta a coordenadora geral do programa, Mônica Veiga.

Moradora do Bairro Carlos Prates desde que nasceu, Aline Kely, de 44 anos, foi uma das participantes da oficina no Centro Cultural Padre Eustáquio. “Minha experiência com a oficina foi melhor do que eu imaginava, os instrutores eram bem atenciosos. A fotografia é uma coisa que sempre tive interesse em aprender mais”, conta. 

Foto da aluna Aline Kely, moradora do Carlos Prates
Foto da aluna Aline Kely, moradora do Carlos Prates Reprodução / Aline Kely

Já Kimberly, de 28, mora na Região do Barreiro há cinco anos. Também participante do projeto, ela destaca que a oficina ajudou até na sua rotina de trabalho. A designer de moda explica que sempre gostou de fotografia, mas nunca teve oportunidade de aprender. “A história das minhas imagens contam sobre um bairro com diversas belezas naturais e que está sofrendo com as queimadas. O próprio bairro pede socorro”, conta. 

“É interessante observar porque é uma turma bem heterogênea na perspectiva até do próprio olhar, do próprio registro. Mas a gente consegue separar, por exemplo, em dois grupos: tem aqueles que já moram há mais tempo no bairro”, explica a coordenadora. “Também temos alunos que moram há menos tempo no bairro e já vão ter um olhar mais de descoberta. Tem aqueles que fazem um registro mais afetivo e tem outros que fazem um registro mais de investigação, de descoberta daquele território onde eles habitam”, completa. 

A pedagoga Luciana Rodrigues, de 51 anos, conta que participar do projeto foi uma experiência única, aprendendo não só sobre a fotografia, mas as histórias que uma imagem pode contar. “A história que quero contar através do meu olhar é que sou capaz de fazer qualquer coisa, basta querer. A minha autoimagem conta a história de uma pessoa que não gosta de aparecer, mas tenta mudar essa narrativa. Estou tentando ocupar espaços que, até então, acreditava não pertencer”, explica. 

A exposição no Centro Cultural Padre Eustáquio é aberta ao público e propõe um “mergulho nas histórias contadas pelos moradores”, como descreve a coordenadora geral, Mônica Veiga. A mostra vai estar disponível para visitação até o fim do mês, durante o horário de funcionamento do local. 

A última turma do ano está se reunindo no Centro Cultural Pampulha e, em outubro, acontece a exposição dos alunos no mesmo local. Todas as oficinas são gratuitas e divulgadas nas redes sociais do projeto. 

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“A nossa principal proposta é colocar uma ferramenta que está ao alcance de todas as pessoas e ensinar a usar melhor essa ferramenta. Porque às vezes as pessoas acham que não sabem fotografar, não tem o melhor equipamento, mas pode ser uma questão dela conhecer melhor as técnicas e colocar isso em prática”, explica Mônica. 

Foto & Tal: Oficina de Narrativa Fotográfica

  • Período: 5 a 30 de setembro
  • Local: Centro Cultural Padre Eustáquio - R. Jacutinga, 550. Padre Eustáquio, BH
  • Entrada gratuita
  • Mais informações: @fotoetalartevisual

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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