De volta

Filme 'Downton Abbey: O grande final' estreia hoje nas salas de BH

Longa criado por Julian Fellowes traz o aristocrático clã, sucesso no streaming e no cinema, às voltas com os agitados anos 1930

Publicidade
Carregando...

 “Os tempos estão mudando” não só para Bob Dylan, que compôs “The times they are a-changin'” sob o calor dos movimentos pelos direitos civis. Os tempos também são outros para os Crawley, a aristocrática família britânica que, há 15 anos, povoa o imaginário na saga de época “Downton Abbey”.

Primeiramente como série (2010-2015) e, a partir de 2019, no cinema, “Downton Abbey” encerra sua trajetória com o terceiro filme, “O grande final”, que chega hoje (11/9) aos cinemas. Julian Fellowes continua à frente da história, novamente dirigida por Simon Curtis.

A década de 1930 tem início, e com ela as transformações sociais, políticas e econômicas. A sequência inicial, aberta com um plano sequência, já nos prepara para o que está por vir. No West End londrino, a opereta “Bitter Sweet” é apresentada. Há mudanças em vista, mas devagar com o andor. A linha divisória continua presente: os ricos ocupam os melhores lugares do teatro, enquanto os trabalhadores assistem, mais ao longe, à montagem.

Logo fica claro que há muitos problemas no ar. Robert (Hugh Bonneville), Cora (Elizabeth McGovern) e Mary (Michelle Dockery) vão a um baile da alta sociedade. Quando o divórcio da mais velha dos Crawley vem a público, ela se torna pária. Tem de deixar o lugar, sorrateiramente, a mando da anfitriã vivida por Joely Richardson.

Atriz Michelle Dockery, com vestido de baile vermelho, se olha no espelho
Mary Crawley (Michelle Dockery) se vê obrigada a deixar às pressas festa de grã-finos, porque mulheres divorciadas não são bem-vindas naquele salão Universal/divulgação

Notícia ruim vem a cavalo, eles logo descobrem. Harold (Paul Giamatti, grande adição ao elenco), o irmão de Cora, chega dos Estados Unidos. O dinheiro já era, e não por causa da quebra da Bolsa em 1929. Ele fez maus negócios depois disso, perdendo quase toda a herança. Chega a Downton acompanhado de seu consultor financeiro, Gus Sambrook (Alessandro Nivola). Isto poderá afetar a vida, cheia de altos custos, dos Crawley.

Do lado de baixo do palácio, as coisas também não são as mesmas. Mas as notícias, de maneira geral, são positivas. Depois de décadas de fiel dedicação aos Crawley, o mordomo Carson (Jim Carter) finalmente vai se aposentar. Está relutante em ser substituído por Andy (Michael Fox).

Ator Paul Giamatti veste smoking e segura taça de champanhe em cena do filme Downton Abbey
Harold Levinson (Paul Giamatti) fecha maus negócios, perde a fortuna nos Estados Unidos e volta à Inglaterra Universal/divulgação

A feira anual do condado está prestes a ser realizada com nova dinâmica, incluindo funcionários entre os organizadores. A mais animada é Daisy (Sophie McShera), que substituirá a Sra. Patmore (Lesley Nicol) no comando da cozinha de Downton.

Noel Coward

Há ainda um terceiro grupo de personagens que foge às convenções. Noel Coward (1899-1973), dramaturgo, ator e compositor britânico, é interpretado no filme por Arty Froushan. Junto ao astro de cinema Guy Dexter (Dominic West), agora muito íntimo de Thomas Barrow (Robert James-Collier), ex-funcionário de Downton, Coward volta a se aproximar dos Crawley. A fama vai ser essencial para que preconceitos sejam quebrados.

Como nas seis temporadas da série e nos filmes anteriores, a narrativa é puro encantamento, com a dose certa de humor e ironia, além de uma pitada de drama. Habilmente filmadas, as sequências com vários personagens (em especial uma ambientada numa corrida de cavalos) são quase uma coreografia de corpos, e figurinos deslumbrantes.

Eterna Violet

Personagem mais querida da série, Violet Crawley, a Condessa de Grantham, continua, de certa forma, dominando sua família. O retrato da personagem, interpretada por Maggie Smith (1934-2024), paira na entrada do palácio. Em mais de um momento, a imagem aparece como testemunha dos acontecimentos.

Neste canto dos cisnes, “Downton Abbey” presta as devidas homenagens à atriz, que ganhou o título de dama da Ordem do Império Britânico, morta em setembro de 2024, aos 89 anos. “O grande final” termina com uma dedicatória à atriz, que deu contribuição imensa para o sucesso da saga.

Final incerto

Aos 76 anos e sofrendo de estenose espinhal, que o colocou numa cadeira de rodas, Julian Fellowes continua trabalhando muito. Em junho, lançou, na HBO Max, a terceira temporada de “The gilded age” (o quarto ano da série já foi confirmado).

Sobre o final de “Downton Abbey”, o criador não diz nem que sim nem que não. “Toda vez que digo: ‘Ah, sim, é definitivamente isso. Adeus, e nunca mais farei isso’, dentro de um ano estou de volta. Então, nunca digo nunca. Mas acho que é a última vez com o elenco original”, afirmou Fellowes ao “Deadline”.

“DOWNTON ABBEY: O GRANDE FINAL”

Reino Unido/EUA, 2025, 123min. Direção de Simon Curtis, com Michelle Dockery, Hugh Bonneville e Elizabeth McGovern. Estreia nos cines BH 6, às 21h30; Unimed-BH Minas 1, às 17h; Diamond 1, às 17h30 e 20h20; Pátio 3, às 14h10 e 19h10; Ponteio 3, às 16h10 e 18h40; UNA Belas Artes 1, às 14h30.

Tópicos relacionados:

cinema downton-abbey filme serie

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay