Thammy e Andressa anunciam gravidez: entenda a FIV
Especialista em medicina reprodutiva explica possibilidades de tratamento para casais LGBTQIAPN+; inclusão quebra barreiras sociais e biológicas
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Siga noNesta sexta-feira (12/9), Thammy Miranda e Andressa Ferreira contaram que estão à espera do seu segundo filho. “Hoje a gente veio dividir com todo mundo que nosso amor, mais uma vez, se multiplicou. Mais uma vez transbordou, e de dentro da gente, vai surgir mais um pedacinho de nós. Mais um pedacinho de amor", disse Thammy ao anunciar a novidade.
“Dois filhos, eu acho que a traz a sensação de casa cheia, de quem estamos completos. É muito amor. Eu nem imaginava que fossemos ter mais um filho, mas como nos saímos bem sendo pais do primeiro, falei: ‘Acho que podemos tentar mais um'", completou Andressa. Em 2019, o casal anunciou a gravidez de Bento, que hoje está com 5 anos. A influenciadora passou pelo processo de fertilização in vitro (FIV) nos Estados Unidos.
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O conceito de família tem se tornado cada vez mais plural com o passar dos anos. Entre as mais diversas formações familiares, pessoas LGBTQIAPN+ buscam opções na medicina reprodutiva para realizar o sonho da maternidade e paternidade através das técnicas disponíveis.
De acordo com Edson Borges Jr, diretor científico do FertGroup, a possibilidade de pessoas em relacionamentos homoafetivos gerarem uma família é uma questão de autonomia e reconhecimento dos direitos individuais. "Técnicas como fertilização in vitro, inseminação artificial ou até mesmo barriga solidária possibilitam que a parentalidade seja alcançada de forma inclusiva e atue na quebra das barreiras tanto sociais, quanto biológicas".
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Como a FIV funciona?
Em 2013, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) (Resolução nº 2.013/13) permitiu que as clínicas e serviços de reprodução humana realizassem metodologias de reprodução assistida em casais do mesmo sexo no Brasil, tornando a possibilidade real.
Contudo, dentre os tratamentos disponíveis, a FIV e a inseminação artificial continuam sendo os mais buscados pelos casais LGBTQIAPN+. Segundo um levantamento de 2022 realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista científica Nature Scientific Reports, 12% dos brasileiros se declaram LGBTQIAPN+, correspondendo a 19 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No caso das mulheres, o tratamento para casais homoafetivos costuma ser mais simples, sendo necessário apenas um doador de sêmen - que pode ser anônimo de um banco de sêmen ou ainda de um parente até quarto grau.
Na FIV, uma das parceiras doa o óvulo e o embrião é transferido para o útero da outra mulher, que será a responsável pela gravidez - também conhecida por gestação compartilhada.
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Porém, independente da técnica escolhida pelo casal, é fundamental buscar pela ajuda de um especialista. "Contar com uma clínica de medicina reprodutiva se tornou uma realidade no Brasil para os casais LGBTQIAPN+, não sendo mais necessário ir tão longe", diz Edson.
"O Brasil está 'par e passo' nas técnicas e resultados dos tratamentos de medicina reprodutiva, quando comparado com os outros países. Optar pelo serviço é um fator que traz segurança aos pacientes, além de oferecer informações relevantes", orienta o especialista.
Quando pessoas LGBTQIAPN+ devem procurar um especialista?
A busca por um especialista costuma ser um ponto muito individual de cada casal LGBTQIAPN+, contudo, alguns momentos podem ser importantes para o início de uma avaliação detalhada.
Um deles é o planejamento familiar, justamente para que sejam discutidas as melhores opções disponíveis para cada casal. Outro momento é para pessoas que passarão pela transição de gênero e desejam preservar a fertilidade antes do tratamento. "Em casos como esse, podemos aconselhar a criopreservação de óvulos ou de espermatozoides, por exemplo", comenta Edson.
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