Dieta da moda e jejum prolongado: cinco dicas para evitar o mau hálito
Mudanças no metabolismo, boca seca e pouca mastigação estão entre as causas do problema, que pode surgir mesmo com boa higiene. Especialista explica como lidar
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Siga noVocê começou a fazer jejum intermitente ou entrou com tudo na dieta low carb e, de repente, percebeu que seu hálito não está lá essas coisas? Você não está sozinho. Segundo especialistas, algumas práticas alimentares, especialmente aquelas que envolvem longos períodos sem comer ou uma drástica redução de carboidratos, podem impactar diretamente no odor da boca.
“O jejum prolongado ou dietas muito restritivas, como as low carb e cetogênicas, reduzem a produção de saliva e levam o organismo a queimar gordura como fonte principal de energia”, explica a otorrinolaringologista e especialista em halitose do Hospital Paulista, Lígia Maeda. “Nesse processo, são produzidos os chamados corpos cetônicos, que liberam um odor característico, conhecido como ‘hálito cetônico’”, completa.
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O que é o hálito cetônico?
Esse termo pode parecer técnico, mas descreve algo que muita gente já sentiu - ou cheirou: um odor adocicado, metálico ou até semelhante ao de frutas fermentadas. “É um tipo de mau hálito que não está necessariamente ligado à má higiene bucal, mas sim a alterações metabólicas”, diz a médica.
Sem o consumo de carboidratos, o corpo entra em um estado chamado cetose, no qual passa a utilizar a gordura como combustível. “Os corpos cetônicos gerados nesse processo são eliminados, em parte, pelos pulmões. Daí o odor característico na respiração”, explica a especialista.
Menos saliva, mais problemas
Além da produção de corpos cetônicos, outro fator contribui para o mau hálito em quem está de dieta: a diminuição da salivação. Isso porque, durante o jejum ou em dietas que envolvem pouca mastigação (como aquelas baseadas em líquidos ou substitutos de refeição), a boca tende a ficar mais seca.
“A saliva tem função antibacteriana e ajuda a limpar a cavidade oral naturalmente. Quando sua produção diminui, aumenta a proliferação de bactérias e de compostos sulfurados voláteis, que são as substâncias responsáveis pelo mau cheiro”, alerta Lígia.
Hálito alterado, portanto, não significa dieta errada – mas é um sinal de atenção. Para quem está seguindo uma dieta específica com acompanhamento profissional e se sentindo bem, o hálito cetônico não precisa ser motivo para desistir. Porém é importante reconhecer os sinais que o corpo dá e buscar estratégias para amenizar o problema.
A especialista dá algumas dicas:
- Mantenha a hidratação em dia: beba bastante água, especialmente fora dos horários das refeições
- Não negligencie a higiene bucal: escove os dentes, a língua (onde muitas bactérias se acumulam) e use o fio dental regularmente
- Evite longos períodos sem comer, se possível: converse com seu nutricionista para ajustar a dieta, caso o mau hálito esteja incomodando demais
- Use chicletes ou balas sem açúcar com xilitol: eles estimulam a produção de saliva, ajudando a manter a boca úmida
- Procure ajuda especializada: se o mau hálito persistir, vale consultar um dentista ou um especialista em halitose
“A boa notícia é que esse tipo de alteração no hálito costuma ser temporária e melhora com ajustes na alimentação e nos cuidados diários”, tranquiliza Lígia.
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