TUMOR MALIGNO

Câncer de pele: região das pálpebras está entre as mais suscetíveis

Região é sensível à doença devido à pele fina e a frequente exposição ao sol; perda de cílios, e alterações na coloração estão entre os principais sinais

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Embora pouco conhecido, o câncer de pálpebra é uma neoplasia que merece atenção redobrada. A doença pode se confundir com lesões benignas comuns, como terçol e calázio, mas apresenta sinais específicos que exigem avaliação médica precoce, a fim de garantir diagnóstico rápido e tratamento eficaz.

O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil, tanto entre homens quanto entre mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele não melanoma representa cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Entre as áreas mais sensíveis à doença está a pálpebra, por possuir pele fina e estar constantemente exposta ao sol.

“Um ponto crucial é que lesões malignas raramente são dolorosas nos estágios iniciais, ao contrário das inflamações benignas. Qualquer lesão que persista por mais de um mês ou apresente crescimento progressivo deve ser avaliada por um especialista”, explica o dermatologista Eduardo H.K. Oliveira, especialista em oncologia cutânea e cirurgia dermatológica.

Sinais para se atentar

Dentre os principais sintomas estão: nódulo persistente que não regride em 4 a 6 semanas; perda localizada de cílios (madarose); ulceração que não cicatriza ou apresenta sangramentos recorrentes; alterações na coloração da pele e endurecimento da lesão; e deformidade da margem palpebral.

Ao contrário de inflamações benignas, como o terçol (doloroso e autolimitado) ou o calázio (indolor e causado por obstrução de glândulas), o câncer de pálpebra tende a crescer progressivamente, muitas vezes sem dor.

Quais são os fatores de risco?

O principal fator de risco é a exposição solar crônica, especialmente à radiação ultravioleta. Pessoas com pele clara, olhos claros e cabelos loiros ou ruivos são mais suscetíveis, assim como indivíduos acima dos 50 anos.

No entanto, pacientes com histórico prévio de câncer de pele, imunossuprimidos ou expostos ao sol por longos períodos sem proteção formam os grupos de maior risco.

A pálpebra inferior é a mais acometida, representando cerca de 70% dos casos, devido à maior exposição ao sol. O uso regular de óculos escuros com proteção UV e protetor solar na região periocular é essencial para reduzir o risco.

 

Diagnóstico e exames

O diagnóstico inicia-se com avaliação clínica detalhada, muitas vezes associada à dermatoscopia. O exame decisivo é a biópsia, que confirma a presença do tumor e define seu tipo histológico – carcinoma basocelular, espinocelular ou melanoma.

Além disso, exames de imagem como tomografia computadorizada ou ressonância magnética podem ser necessários em casos de tumores maiores ou quando há suspeita de invasão orbital. A ultrassonografia ocular também pode ser útil para avaliar o comprometimento de estruturas intraoculares, explica Eduardo.

“O exame histopatológico é fundamental não apenas para confirmar o diagnóstico e avaliar características como profundidade de invasão e comprometimento de margens, informações essenciais para definir a estratégia terapêutica”, orienta o especialista.

Tratamento

O tratamento padrão é a excisão cirúrgica com margens de segurança. A cirurgia de Mohs é considerada a técnica mais eficaz, pois permite avaliar microscopicamente toda a margem tumoral, garantindo altas taxas de cura e preservação máximo de tecido saudável.

A reconstrução palpebral depende da extensão do defeito, podendo variar de simples suturas a retalhos e enxertos complexos. O objetivo é preservar tanto a função – fechamento completo da pálpebra, proteção ocular e drenagem lacrimal – quanto a estética, buscando manter simetria e contornos naturais.

Vale ressaltar a importância da prevenção através do uso de protetor solar, óculos de sol e autoexame regular, além da consulta imediata ao especialista sempre que houver lesões suspeitas na região palpebral. “O prognóstico é bastante positivo quando o diagnóstico é precoce e o tratamento é realizado de forma adequada, reforça o médico.

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