Golpe de Estado

Bolsonaro condenado: mineiros se dividem entre euforia e indignação

Governador, senador e deputados de direita e esquerda se manifestaram sobre o resultado do julgamento do Supremo que condenou o ex-presidente

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A condenação a 27 anos e três meses em regime fechado de Jair Bolsonaro (PL) dividiu a opinião de lideranças políticas mineiras, espelhando a desavença nacional causada pelo julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).

De um lado, os apoiadores de Bolsonaro criticaram a condenação e manifestaram indignação com o resultado. Do outro lado, os opositores do ex-chefe do Executivo defenderam a penalidade imposta e comemoraram com euforia a sentença.

Insatisfação

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), questionou a condenação alegando que ela contribui ainda mais para a polarização no país. “Justiça ou inquisição? A condenação de Bolsonaro pela Primeira Turma do STF acirra a divisão do país, e não é disso que precisamos”, escreveu em suas redes sociais. 

Quem também contestou a sentença foi o deputado estadual Bruno Engler (PL), que disputou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) nas eleições passadas, tendo o ex-presidente como principal cabo eleitoral, mas acabou derrotado no segundo turno contra Fuad Noman (PSD).

Para o parlamentar, um dos mineiros mais próximos do ex-presidente, “assassinaram a Justiça Brasileira para perseguir um homem honesto”. “Seu crime? Corrupção? Não. Lavagem de dinheiro? Não. Peculato? Também não. O suposto crime é ter liderado uma organização criminosa que o próprio procurador-geral da República (Paulo Gonet) falou com todas as letras que não consegue comprovar que o Bolsonaro deu ordem para coisa alguma”, afirmou o deputado.

Engler classificou como “ridículo” o posicionamento da primeira turma do STF, responsável pelo julgamento do ex-presidente. “Alexandre de Moraes e seus comparsas assassinam a Justiça brasileira para perseguir um homem honesto. Dia triste para nosso país”.

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), pré-candidato ao governo de Minas, criticou as penas impostas ao aliado, afirmando que “criminoso, estuprador, bandido e político que coloca dinheiro na cueca” têm penas muito mais brandas do que as aplicadas ao ex-presidente. 

Por sua vez, o presidente do PL mineiro, deputado federal Domingos Sávio, reservou suas críticas à ministra Cármen Lúcia, que deu o voto que garantiu a condenação do ex-presidente, formando maioria da Turma. “Fica aqui minha tristeza, minha decepção com mais uma pessoa das Minas Gerais que está mais para Joaquim Silvério do que para Tiradentes. Uma vergonha aos mineiros”, afirmou. 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) também criticou a decisão do STF, apesar de afirmar que não se surpreendeu com o resultado. Segundo ele, a Corte impôs a Bolsonaro uma pena que "nem mesmo homicidas, corruptos e traficantes costumam ter".

Comemoração

Já os opositores do ex-presidente não só comemoraram, como fizeram ironias com a condenação. A deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) postou um vídeo pulando carnaval para ilustrar seu sentimento em relação à condenação. “O Brasil está fazendo história. Isso é reparação e aprendizado. Golpe de Estado nunca mais”, afirmou a parlamentar.

Para ela, a indignação pela condenação de Bolsonaro demonstrada por alguns apoiadores, dentre eles Zema e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é meramente de fachada. Segundo a deputada, eles são “bolsonaristas de ocasião e no fundo estão torcendo pela prisão de Bolsonaro” para herdar seu espólio eleitoral. 

A condenação de Bolsonaro também foi comemorada pelo deputado federal Rogério Correia (PT), vice-líder do governo na Câmara federal. Segundo ele, Bolsonaro era o “chefe da quadrilha que queria tirar nosso direito de voto, tirar nossa liberdade e acabar com a democracia”. “Vencemos e é sem anistia”, afirmou o parlamentar, referindo-se à proposta de anulação da condenação de Bolsonaro e de todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro que foram condenados pelo STF por tentativa de golpe de Estado.

O vereador de Belo Horizonte Pedro Rousseff (PT) comemorou a sentença lembrando Dilma Rousseff, cassada em 2016 com voto de Bolsonaro, que na ocasião homenageou o coronel Brilhante Ustra, acusado de torturar a ex-presidente. Sobrinho de Dilma, ele postou o vídeo com a homenagem que Bolsonaro fez a Ulstra nessa ocasião. “A história fez justiça”, afirmou.

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A deputada federal Duda Salabert (PDT) também comemorou com ironia a condenação postando um vídeo do recente do show da Lady Gaga no Brasil, onde ela aparece com um casaco vermelho e, na sequência, tira o agasalho, mostrando um vestido e adereços das cores do Brasil. “Eu voltando a usar verde e amarelo depois da prisão de Bolsonaro”. “A luta por justiça avança. Agora é cobrar a condenação pelo que Bolsonaro fez (ou deixou de fazer) na pandemia”, defendeu a parlamentar em outra postagem. 

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