Petróleo recua por temor de excesso de oferta
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Siga noAs cotações do petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira (11), puxadas pela perspectiva de um excedente no mercado nos próximos meses, o que relegou os riscos geopolíticos a segundo plano.
O preço do barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em novembro, caiu 1,66%, a 66,37 dólares. Seu equivalente americano, o barril de tipo West Texas Intermediate (WTI) com vencimento em outubro, recuou 2,04%, para 62,37 dólares.
O último relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), publicado nesta quinta-feira, vinculou a fragilidade dos preços à "perspectiva de um iminente excesso de oferta".
As cotações são afetadas pela "quantidade de petróleo reintroduzida no mercado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados [Opep+]", declarou à AFP Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
Desde abril, o cartel de países produtores que inclui gigantes como Arábia Saudita e Rússia, voltou a abrir as comportas, aumentando seus volumes de produção.
O aumento da oferta de países não pertencentes à Opep+ continua em ritmo sustentado, "com a produção de Estados Unidos, Brasil, Canadá, Guiana e Argentina alcançando ou se aproximando de seus máximos históricos", enfatizou a AIE.
Como resultado, segundo a Agência, espera-se que a produção de petróleo aumente em 2,7 milhões de barris por dia (mb/d) até 105,8 mb/d, em média, este ano, em comparação com um aumento de 700.000 barris por dia na demanda, com um consumo médio de 103,87 mb/d.
Ao mesmo tempo, o aumento surpreendente dos inventários semanais de petróleo nos Estados Unidos "está contribuindo para pressionar os preços", afirmou Lipow.
A preocupação com oferta e demanda ofuscou os recentes prêmios de risco geopolítico, que tinham sido introduzidos no mercado, em particular em relação à guerra na Ucrânia.
"Enquanto não virmos medidas concretas", como "sanções [...] que levem à retirada de barris [russos] do mercado, os preços seguirão penalizados pela situação da sobreprodução", assinalou Lipow.
A União Europeia prepara um 19º pacote de sanções contra Moscou, que também poderia afetar certos países que compram hidrocarbonetos russos. Mas são, sobretudo, as possíveis medidas de Washington contra o setor petroleiro russo as que provavelmente vão influenciar os preços.
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