Trinidad e Tobago diz que não recuperará corpos de embarcação atacada pelos EUA
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Siga noA primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad Bissessar, declarou nesta quarta-feira (10) que seu governo não gastará recursos para buscar os corpos dos supostos traficantes de drogas atacados pelos Estados Unidos no Caribe na semana passada.
Segundo Washington, os mortos eram membros do grupo criminoso de origem venezuelana Tren de Aragua e estavam em uma embarcação que supostamente saiu da Venezuela transportando drogas. O governo venezuelano classificou o incidente como uma "execução extrajudicial".
"Os recursos de nossa Guarda Costeira serão usados para proteger nossas fronteiras, não para buscar traficantes de drogas mortos", afirmou Persad Bissessar em declarações à imprensa.
"Esta não era uma embarcação civil (...) Estas drogas causam mais mortes e desespero que as armas convencionais", acrescentou a premiê, afirmando, no entanto, que se os corpos chegarem ao litoral do país, serão recuperados.
Entre sexta-feira e domingo, dois corpos apareceram na costa nordeste de Trinidad, principal ilha do arquipélago, e presume-se que possam ser parte dos mortos.
O comissário de polícia, Allister Guevarro, disse que as autoridades estão investigando o aparecimento destes cadáveres.
"Por enquanto, não queremos especular sobre a origem dos corpos nem sobre a forma como morreram", disse Guevarro, fazendo um apelo a qualquer "pessoa que tenha informações para que se apresente".
Os Estados Unidos, que costumavam realizar operações policiais contra traficantes de drogas, acusam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar um cartel de drogas e aumentaram para US$ 50 milhões (R$ 27,1 milhões, na cotação atual) a recompensa por sua captura.
Dois sobrinhos da primeira-dama, Cilia Flores, foram condenados em Nova York por tráfico de cocaína.
O governo venezuelano nega as acusações de narcotráfico e Maduro considera o envio de tropas americanas ao Mar do Caribe como uma "ameaça". O governo Trump disse que os ataques contra os narcotraficantes continuarão e Trinidad e Tobago reiterou seu apoio.
A premiê também informou que está tomando medidas para deportar mais de 200 migrantes venezuelanos.
"Eles podem ir para casa ou apresentar ordens judiciais e permanecer na prisão. Depende deles, mas não serão livres em nossas ruas", declarou.
pb-pgf/ba/mar/yr/am