ALIANÇA CONTRA RÚSSIA

Polônia derruba drones russos com a ajuda da Otan e denuncia 'provocação em larga escala'

Dezenove violações do espaço aéreo foram identificadas e rastreadas, segundo autoridades polonesas; Holanda participou com aviões F-35

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Varsóvia e seus aliados denunciaram nesta quarta-feira (10) como uma "provocação sem precedentes" a incursão de drones russos no espaço aéreo da Polônia, o que obrigou a Otan a mobilizar suas defesas antiaéreas. 

Nem os drones, disparados durante um ataque russo à Ucrânia, nem a derrubada dos aparelhos pelas forças polonesas e da Otan provocaram vítimas, afirmou o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk.

As autoridades da Polônia, país membro da UE e da Otan e apoio crucial da Ucrânia desde o início da invasão russa em 2022, afirmaram ter identificado em seu espaço aéreo mais de 10 "objetos hostis" na madrugada de quarta-feira. 

"Dezenove violações do espaço aéreo foram identificadas e rastreadas com precisão... no momento temos a confirmação de que três drones foram abatidos", declarou Tusk no Parlamento, antes de destacar que o balanço é provisório.

"Muitos drones entraram no espaço aéreo polonês durante a noite e encontraram as defesas aéreas polonesas e da Otan", afirmou a porta-voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Allison Hart, na rede social X. 

O Exército polonês agradeceu à aviação dos Países Baixos, outra nação integrante da Otan, por seu "apoio". O governo holandês confirmou ter participado com aviões F-35 na operação que derrubou os drones russos na Polônia.

Varsóvia também pediu à Otan para ativar o artigo 4 do tratado fundador da Aliança, que estabelece que os países membros realizarão consultas quando, no julgamento de qualquer um deles, "a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer das partes for ameaçada". 

O Ministério das Relações Exteriores da Polônia convocou o encarregado de negócios russo, Andrei Ordash. O diplomata declarou à agência de notícias RIA Novosti que Varsóvia ainda não apresentou evidências de que os drones abatidos procediam da Rússia.

- Exercícios militares -

O centro de comando das Forças Armadas da Polônia anunciou durante a madrugada que o espaço aéreo do país "foi violado repetidamente por drones durante o ataque efetuado pela Federação Russa contra alvos situados em território ucraniano". 

O incidente paralisou durante várias horas o aeroporto Chopin de Varsóvia, e outros três de menor porte.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse que o que aconteceu na Polônia foi "deliberado". Segundo ele, ao menos oito drones russos "se dirigiram à Polônia". Ao mesmo tempo, Moscou disparou 458 drones e mísseis contra a Ucrânia, segundo o Exército de Kiev.

Belarus também anunciou que derrubou vários drones em seu território que "haviam perdido a trajetória", mas não informou se eram procedentes da Rússia ou da Ucrânia.

A incursão de aparelhos não tripulados, chamada de "provocação em larga escala" pelo primeiro-ministro Tusk, ocorreu pouco antes dos exercícios militares conjuntos entre Rússia e Belarus, chamados Zapad-2025 e programados para o período de 12 a 16 de setembro.

Belarus é um aliado-chave da Rússia e cedeu seu território para que Moscou iniciasse, em fevereiro de 2022, a invasão da Ucrânia.

A Polônia anunciou o fechamento de sua fronteira com Belarus a partir de quinta-feira e anunciou, em resposta aos exercícios Zapad, manobras militares em seu território, com a participação de 30.000 soldados do país e de nações aliadas.

- Operação "deliberada" -

As reações dos aliados da Ucrânia foram rápidas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu que a UE defenderá "cada centímetro quadrado" de seu território e criticou uma "violação insensata e sem precedentes do espaço aéreo da Polônia e da Europa por mais de 10 drones russos Shahid".

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, disse que, segundo "as indicações", a incursão de drones russos na Polônia foi "intencional". O presidente francês, Emmanuel Macron, instou a Rússia a abandonar o que chamou de "comportamento imprudente".

Varsóvia tem sido uma das principais fontes de apoio de Kiev desde o início da invasão russa, há três anos e meio: abriga mais de um milhão de refugiados ucranianos e é um ponto de trânsito essencial para a ajuda humanitária e militar ocidental à Ucrânia. 

Na terça-feira, o recém-eleito presidente nacionalista da Polônia, Karol Nawrocki, alertou que o mandatário russo Vladimir Putin está disposto a "invadir outros países" após a guerra na Ucrânia. 

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Em agosto, Varsóvia enviou uma nota de protesto a Moscou após a queda e explosão de um drone no leste do país, no que chamou de "provocação deliberada".

Em 2023, um míssil russo atravessou o espaço aéreo polonês, sobrevoando sua fronteira com a Ucrânia. 

Em novembro do ano anterior, um projétil da defesa antiaérea ucraniana caiu sobre a localidade polonesa de Przewodow, perto da fronteira, e matou dois civis.

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