Moradores de BH denunciam clube por 'gato' de energia elétrica
A ligação clandestina realizada por um clube da região do Barreiro provocou danos em eletrodomésticos de moradores e interrupção de luz em comércios da região
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Siga noMoradores e comerciantes da rua Bela Emília, no bairro Olaria, na região do Barreiro, enfrentaram meses de transtornos devido a quedas constantes de energia. Após muitas reclamações, descobriram que o problema tinha uma causa inesperada: um 'gato de energia', ou seja, uma ligação elétrica clandestina, que abastecia um clube da região.
A denúncia foi feita à Cemig no dia 9 de setembro, e no dia seguinte uma equipe técnica esteve no local. O ramal irregular foi identificado, desligado e recolhido imediatamente. A companhia alertou que “o consumo à revelia pode causar danos aos equipamentos, perturbar o circuito, prejudicar consumidores regulares e oferecer risco à segurança de terceiros”.
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Para os moradores, a situação gerou revolta. Muitos relatam que as quedas de energia prejudicaram o dia a dia, desde o funcionamento de eletrodomésticos até atividades profissionais. Um comerciante do bairro, que preferiu não se identificar, disse que chegou a ficar sem energia diversas vezes, ocasionando perda de produtos e interrupção do funcionamento de seu estabelecimento. “Essa instabilidade atrapalha demais o nosso dia a dia e gera prejuízo para todos aqui na rua”, relatou.
A aposentada Maria Castro, de 67 anos, também sofreu prejuízos. “Perdi eletrodomésticos com esses picos de energia. Agora queria saber quem vai me ressarcir disso”, disse, demonstrando indignação com os transtornos causados pelas quedas constantes.
Em outubro de 2024, a Cemig já havia reforçado a rede da região, trocando o transformador por outro de maior capacidade, justamente após diversas reclamações de instabilidade e oscilações.
Somente nos seis primeiros meses de 2025, os técnicos da companhia vistoriaram mais de 177 mil unidades consumidoras em todo o estado, cujas inspeções procedentes representam mais de R$ 216 milhões, somando o resultado em todas as regiões de Minas Gerais.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), no mesmo período, foram vistoriadas mais de 92 mil unidades consumidoras, sendo que as inspeções procedentes representam aproximadamente R$ 101 milhões. O montante estimado pela Cemig leva em conta o consumo irregular retroativo, que pode chegar a 36 meses, mais o incremento de receita em 12 meses após as inspeções feitas pelos técnicos da companhia.
Além dos prejuízos financeiros e da instabilidade no fornecimento de energia, a ligação clandestina, popularmente conhecida como “gato”, representa riscos graves à população. Conexões feitas de maneira irregular não seguem os padrões de segurança e podem causar sobrecarga na rede elétrica, oscilações, curtos-circuitos, cabos energizados partidos e até incêndios de grandes proporções.
O furto de energia também configura crime, previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena que pode variar de 1 a 4 anos de reclusão. Além da possibilidade de provocar acidentes graves, a prática ilegal pode trazer consequências jurídicas sérias para quem a realiza. De acordo com a companhia energética de MG, casos suspeitos podem ser denunciados por meio do número 116 ou no site da Cemig.
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A reportagem procurou o clube responsável pela ligação irregular, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.