Gustavo Nolasco
Gustavo Nolasco
DA ARQUIBANCADA

Um jogo de tabuleiro

Em pelejas como essa (clássico de quinta-feira), cada movimento no tabuleiro acaba tendo consequências decisivas para o embate

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Partidas de xadrez costumam durar 60 minutos. Mas elas começam muito antes. Dias, meses ou até uma vida inteira na mente e nos estudos incessantes dos enxadristas. Cada jogada, mínima que seja, é pensada minuciosamente e testada à exaustão. Assim como as possíveis respostas do adversário. A magia desse esporte está no fato de que não existe nenhuma possibilidade de sorte. Vence quem realmente tem a melhor estratégia e consegue manter a mente concentrada, disciplinada para aplicá-la até o fim, e dedicação para estudar ao máximo o seu oponente.

A origem do xadrez remete a outro jogo inventado na Índia, há quase mil anos, chamado chaturanga. Já as regras atuais se consolidaram no século 15, na Europa. A partir daí, se popularizou pelo mundo inteiro. Chegando a se tornar disciplina escolar obrigatória na Armênia e extracurricular em países como a Rússia, França, Cuba, Inglaterra e Argentina.

Mas o que isso interessa em semana de clássico regional decisivo pela Copa do Brasil? Tudo! A peleja desta quinta-feira entre o Cruzeiro e o Atlético de Lourdes, por todo o longo tempo de preparação e espera, ganhou contornos de uma partida de xadrez.

Para o lado do Time do Povo Mineiro, o proveito de ter vencido a primeira partida por 2 a 0, dentro da Arena dos Bilionários do Brasil Miséria. Em termos de estratégias para o tabuleiro e a partir da análise da forma como o Cruzeiro vem atuando (quase sempre mortal no contra-ataque), essa vantagem pode deixar o adversário na velha encruzilhada do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

Já do lado da Turma do Sapatênis, um fator inesperado dá a eles um benefício a ser levado em conta. A chegada de um novo treinador, que há muito tempo não treina uma equipe, estando fora dos holofotes e que ainda teve tempo para preparar exaustivamente seu time, coloca o fator “surpresa” nesse jogo de xadrez.

Fica a pergunta: como o nosso treinador tem se preparado para o inesperado? Lembrando que, logo após a queda de Cuca do lado de lá, muitos levantaram a questão de que, ao contrário do fator Sampaoli, todos já sabem como o Cruzeiro de Leonardo Jardim joga.

Porém, em se tratando de um exímio estrategista e adepto da disciplina tática, como é o caso de Jardim, nada é óbvio como parece. Não terá ele, também, armas para surpreender o adversário?

 

Se vai funcionar em campo, não é possível prever, mas a resposta é “sim”: o treinador do Cruzeiro tem peças para causar estranheza no oponente. Tanto os possíveis desfalques – e a consequente entrada de substitutos com estilos diferentes – quanto o tempo de preparação de Sinisterra podem dar também a Leonardo Jardim a prerrogativa dos movimentos inesperados nesse tabuleiro.

Do lado de fora dele, estará a Nação Azul. Esta que jamais abandonou o Mineirão e o Cruzeiro. Serão 90 minutos de arquibancadas inflamadas para contagiar o escrete no gramado.

Em termos de brio, ética e respeito, é importante que o escrete estrelado seja lembrando da soberba de falastrões como Gustavo Scarpa e o zagueiro que joga futebol com a língua, Lyanco. Ambos desmereceram o Cruzeiro, seus atletas e sua torcida de forma gratuita. Que arquem com as consequências de suas provocações. Que isso seja estampado na concentração e no vestiário pelo próprio clube, pois, a “aldeia” (nomenclatura da fatia gorda da imprensa cevada pelos Bilionários do Brasil Miséria) fará de tudo para blindar o elenco do Atlético de Lourdes.

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Vamos para cima! Quinta-feira é dia de vencermos novamente a empáfia da Turma do Sapatênis. Uma guerra pacífica, mas é preciso que o time do Cruzeiro cumpra a estratégia traçada pelo seu treinador enxadrista, como vem fazendo nos últimos jogos. Porque, em pelejas como essa, cada movimento no tabuleiro acaba tendo consequências decisivas para o embate.

Lembrando o russo Garry Kasparov, um dos maiores mestres e campeões da história do xadrez, “o xadrez é um esporte violento; é tortura mental”.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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