
Infarto pode ser prevenido por meio de seis exames
Conheça detalhes sobre teste ergométrico, ecocardiograma, cintilografia, angiotomografia de coronárias, ressonância magnética com estresse e cateterismo
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Encontrei com amigo que não via há muito tempo e ele estava superfeliz. Tinha reavaliado a vida e se aposentado, estava partindo com a mulher para morar na praia, na região que adoravam. Pouco tempo depois, fiquei sabendo que o projeto não foi adiante porque ela, saudável por natureza, havia morrido de infarto agudo nem bem se levantou em uma manhã doméstica.
Não sei se é chover no molhado, mas a doença que mais mata no mundo é o infarto agudo do miocárdio, condição decorrente da obstrução de uma das artérias coronárias que irrigam o coração.
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No Brasil, 350 mil pessoas morrem de doenças cardiovasculares anualmente, o que representa 29% dos óbitos. Entre eles, a principal é o infarto agudo do miocárdio, que pode ser prevenido por meio de consultas periódicas ao cardiologista e da realização de exames. Veja a seguir os procedimentos mais solicitados para avaliar as artérias do coração:
• Teste ergométrico
Nesse “teste de esforço”, o paciente é monitorado por eletrocardiograma. São feitas medidas de pressão arterial a cada dois ou três minutos de esforço. Analisa-se como o paciente reage ao esforço físico, se tem alteração eletrocardiográfica com esforço induzido e se sente dor no peito durante o esforço. Roberto Yano, cardiologista e especialista em marca-passo, diz que, durante o ergométrico, podem aparecer alterações no eletrocardiograma que sugerem entupimento de uma artéria do coração.
• Ecocardiograma com estresse
O exame pode detectar sofrimento do coração, ou seja, obstrução arterial coronariana. Trata-se de exame de ultrassom que possibilita visualizar a contração do órgão em repouso e após teste de esforço máximo. Em pacientes com coronárias entupidas, durante o esforço, o coração passa a bater com menos eficiência que no repouso, o que revela coração potencialmente doente.
• Cintilografia miocárdica
É como se fosse a tomografia do ventrículo esquerdo. O exame pode ser realizado com o teste ergométrico ou simulando-se esforço físico através de medicamentos. Injeta-se radioisótopo que emite radiação ao tomógrafo, e dessa maneira o médico pode identificar alterações que sugerem isquemia, ou seja, artéria coronária obstruída. Esse exame é considerado excelente para detecção de coronariopatia.
• Angiotomografia de coronárias
Cada vez mais utilizada, essa tomografia avalia anatomicamente as artérias do coração, possibilitando identificar eficazmente se há obstrução nas coronárias. “Uma vantagem é ser exame não invasivo, apesar de ocorrer necessidade do uso de contraste”, afirma Roberto Yano.
• Ressonância magnética cardíaca com estresse
Exame um pouco mais sofisticado, embora menos solicitado devido ao custo. Durante a ressonância, é injetado medicamento que simula exercício físico. A partir disso, obtêm-se imagens que podem sugerir se há coronária obstruída.
• Cateterismo cardíaco
Caso nenhum dos exames aqui citados consiga diagnosticar doença das coronárias ou se algum deles sugerir que há artéria entupida, será necessário realizar o cateterismo cardíaco. Esse exame de imagem é capaz de detectar artéria entupida do coração. É considerado “padrão ouro”. Por ser invasivo e necessitar de contraste, a solicitação só ocorre em casos de forte suspeita de doença coronariana.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.