
Rastreamento precoce para câncer colorretal
Esses resultados fornecem forte suporte empírico para a redução da idade de rastreamento do CCR
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Durante muito tempo, houve dúvida na literatura médica se o rastreamento do câncer colorretal (CCR) em idade mais precoce poderia reduzir a incidência e a mortalidade por CCR em comparação com o rastreamento convencional em indivíduos de 50 a 75 anos.
Um estudo recente de coorte incluindo 263.125 participantes demonstrou que o rastreamento por teste imunoquímico fecal (FIT), conhecido como pesquisa de sangue oculto nas fezes, iniciado entre 40 e 49 anos, seguido por rastreamento após os 50 anos, foi associado a uma redução de 39% e 21% na mortalidade e incidência de CCR, respectivamente, em comparação com o início do rastreamento aos 50 anos.
Portanto, o estudo concluiu que o rastreamento precoce por FIT pode sim melhorar a eficácia dos programas de rastreamento existentes a partir dos 50 anos, apoiando a recomendação de reduzir a idade de início do rastreamento do CCR.
Importância do estudo
O aumento da incidência de câncer colorretal (CCR) de início precoce levou os formuladores de políticas de saúde a considerarem a redução da idade inicial recomendada para o rastreamento. No entanto, as evidências populacionais que apoiam a eficácia a longo prazo do rastreamento precoce permanecem limitadas.
Objetivo principal é o detalhamento do estudo
É fundamental avaliar se o início do teste imunoquímico fecal (FIT) na faixa etária de 40 a 49 anos, em vez da idade atualmente recomendada de 50 anos, reduz a incidência e a mortalidade por CCR.
Desenho, cenário e participantes:
Esse estudo analisou uma coorte de triagem comunitária de residentes taiwaneses com idades entre 40 e 49 anos, categorizados em quatro subcoortes, com base na participação na triagem precoce (idade de 40 a 49 anos) e na continuação da triagem regular nacional (50 anos ou mais).
A coorte foi acompanhada até 2019 para comparar a incidência e a mortalidade por CCR entre as subcoortes. Para mitigar o viés de autosseleção, utilizou-se um delineamento de triagem tardia e um pareamento eficiente por escore de propensão, restringindo as análises aos participantes que realizavam a triagem regular. Para validar os resultados, um ajuste de não adesão estendido foi aplicado a todas as quatro subcoortes. Os dados foram coletados de janeiro de 2001 a dezembro de 2019, e foram analisados de janeiro de 2021 a dezembro de 2024.
O rastreamento bienal FIT foi iniciado para o grupo de rastreamento precoce entre 40 e 49 anos e para o grupo de rastreamento regular aos 50 anos, com acompanhamento contínuo no âmbito do programa nacional de rastreamento de Taiwan.
Principais resultados
Os desfechos primários foram as taxas de incidência e mortalidade por CCR, relatadas como casos por 100 mil pessoas-ano, com riscos relativos ajustados (RRa), comparando os grupos de rastreamento precoce com os de rastreamento regular. Dos 263.125 participantes incluídos, 146.796 (55,8%) eram do sexo feminino. Um total de 39.315 participaram do rastreamento precoce e regular, e 223.810 participaram apenas do rastreamento regular.
O grupo de triagem precoce apresentou menor incidência de CCR 26,1 versus 42,6 por 100 mil pessoas-ano e mortalidade 3,2 versus 7,4 por 100 mil pessoas-ano. Em análises pareadas por escore de propensão, a triagem precoce reduziu significativamente a incidência de CCR e a mortalidade Os resultados foram consistentes no modelo de ajuste de não adesão estendido, mostrando uma redução de 25% na incidência e uma redução de 34% na mortalidade.
Conclusões e relevância
Esse estudo constatou que iniciar o rastreamento por FIT entre 40 e 49 anos de idade foi associado a uma redução adicional na mortalidade e incidência de CCR em comparação com o início do rastreamento aos 50 anos. Esses resultados fornecem forte suporte empírico para a redução da idade de rastreamento do CCR, com implicações substanciais para a saúde pública.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.